quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Velha, mas vale

rcalheiros5

Esse acontecimento já fez aniversário quase duas vezes, mas vale a pena comentar.

A placa levantada pela maratonista dizia respeito à robusta pensão que Renan Calheiros pagava à sua ex-esposa. Daí a brincadeira da mulher, candidatando-se a gerar um herdeiro.

O nosso interesse aqui, porém, é a gramática da placa. No português coloquial é muito comum construções desse tipo. Arnaldo Antunes compôs “Beija Eu”; Serginho Meiriti em “Deixa a vida me levar”, compôs “vida leva eu”; Jorge Ben em “Rita Jeep”, exclama “Eu quero ela!”.

O que essas letras têm em comum? O “erro” de português e o pronome reto na posição de objeto direto. No português culto não pode, pois o pronome reto deve ocupar a posição de sujeito. Quem então ocupa a posição de objeto direto? Os pronomes oblíquos como “o”, “a”, “os”, “as”.

Se a frase da moça não tivesse esse tom de informalidade e irreverência, certamente em português culto seria “Coma-me, Renan” . E olhe a vírgula isolando o vocativo, hein! Cruz credo, que frase horrorosa!

Nenhum comentário:

Postar um comentário